Agosto de 1985. A Nova República mal começara. Cinco meses e meio após a posse do presidente Sarney, a opinião pública fazia as primeiras críticas à atuação da Câmara dos Deputados, depois da lua de mel que se seguiu à eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985. A imprensa questionava a contradição entre os ganhos dos parlamentares, que incluíam verbas para gasolina e material de escritório, entre outras benesses, e a falta de comparecimento ao plenário, quase sempre vazio.

Belisa Ribeiro faz, então, uma longa e bem-humorada matéria sobre a Câmara federal, onde tenta passar um dia como se fosse, ela mesma, um parlamentar para descobrir se, afinal, os deputados trabalhavam ou não.  Os deputados Ulysses Guimarães, o “doutor Diretas Já”, então presidente da Câmara,  Arthur Virgílio (AM),  cujo gabinete era um dos mais movimentados, Pimenta da Veiga, líder do PMDB na Câmara são ouvidos. Todos se mostram muito esperançosos, dispostos a livrar o Legislativo dos vícios acumulados em 20 anos de desvirtuamento da  atividade parlamentar, amesquinhada pelo regime autoritário. Mas a matéria ainda tem mais, muito mais. É um verdadeiro making off da Câmara. Uma aula de história.  (Programa Sexta-Feira exibido em 30/08/1985).